12 janeiro, 2008

Resistência, estética e circulação

"O espaço social onde nasce a canção é visto como espaço que abriga uma luta de resistência ou de criação de algo que tem o valor de autenticidade, e portanto positivo, enquanto o mundo de fora, marcada pela lógica econômica do capitalismo, ameaça sua sobrevivência, tendo pois um valor negativo - é uma constante no pensamento sobre música popular brasileira.

A idéia de que a verdade estética do samba está em sua origem social, às vezes identificada com a topografia (o morro, onde o samba é mais autêntico), perpassa quase todo o pensamento sobre o assunto. José Ramos Tinhorão, cuja obra está centrada na idéia de que a classe média (que às vezes substitui o capitalismo na argumentação acima exposta) vive se apossando dessa criação popular autêntica.

Os mecânismos de difusão e a forma de mercadoria da circulação musical, a um só tempo parte do sistema de produção e agentes do processo de construção de representações coletivas. Isso implica a visão da comunicação como um fenômeno social estruturado, no qual a esfera cultural é examinada juntamente com o sistema produtivo."

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